Assim como os líderes da religião judaica na época de Cristo, hoje muitas denominações religiosas defendem sua exclusividade no mercado da fé. Cada qual crê que é a única representante de Deus nesta terra e que além dela não há nenhuma outra depositária de toda a verdade de Deus e possuidora das interpretações corretas para as Escrituras.
Tal exclusivismo tem sérios efeitos colaterais indesejáveis. Um deles é a arrogância e orgulho denominacional. “Minha igreja é a verdadeira e todas as demais são do inimigo”, diria um crente exclusivista. Uma igreja exclusivista não se contenta em se arrogar o título de “única igreja verdadeira”, ela vai além: passa a utilizar expressões pejorativas para se referir às outras denominações: “seitas heréticas”, “irmãos dissidentes”, “filhas de Babilônia” e “ovelhas desgarradas” são alguns exemplos de expressões depreciativas usadas pelas denominações exclusivistas.
Jesus Cristo veio para derrubar o conceito de exclusividade espiritual que vigorava em seu tempo. Um dos discípulos de Cristo, certamente influenciado pelo exclusivismo dos judeus, certa ocasião alertou o Mestre: “Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia.” (Marcos 9:38). O Senhor Jesus ao ouvir esta observação de natureza exclusivista tratou imediatamente de quebrar tal conceito e introduzir a filosofia do inclusivismo: “Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo depois falar mal de mim.” (Marcos 9:39) Os discípulos queriam o monopólio para agir em nome do Senhor Jesus, mas Cristo reprovou esta tendência. A filosofia do Senhor era inclusivista: “Vinde a mim todos” (Mateus 11:28) é o convite de Cristo. “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).
O propósito original de Deus para os judeus era de natureza inclusivista. Os descendentes de Abraão deveriam ser um bênção para as outras nações (Gênesis 12:2 e 3). As famílias da terra seriam abençoadas na medida em que os descendentes de Abraão conseguissem conduzi-los à adoração ao único Deus verdadeiro. A palavra de Deus nos diz que os judeus falharam em sua missão e tornaram-se adoradores de deuses falsos. Abandonando o Deus verdadeiro, tornaram-se exclusivistas.
A ICBU é uma comunidade de natureza inclusivista. Esta filosofia inclusivista se manifesta na prática de várias formas:
- Reconhecendo que cristãos pertencentes a outras denominações religiosas, apesar de interpretarem alguns trechos das Escrituras de maneira diferente da ICBU , são nossos irmãos e parte de nossa família.
- Lidando de maneira inclusiva com os que erram. Boa parte das denominações “resolve” o problema das falhas de um de seus membros excluindo-o da comunidade. A ICBU procura acolher o membro arrependido e apoiá-lo em sua recuperação incluindo-o em atividades que envolvam louvor e serviço ao próximo. Esta foi a “disciplina eclesiástica” que Cristo aplicou a Pedro após este ter negado o Mestre três vezes: “Perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos.” (João 21:15)
- Envolvendo em algumas atividades da igreja pessoas que apesar de ainda não terem sido batizadas demonstram amor ao Salvador e à Sua obra.